O PONTO DE DESCIDA: O FALSO SELF EM AMOR, DE CLARICE LISPECTOR

Autores

  • Luan Felipe de Souza Junqueira Universidade de São Paulo
  • Fabio Scorsolini-Comin Universidade de São Paulo

Resumo

O objetivo deste estudo teórico é compreender, por meio do referencial psicanalítico, como o adoecimento psíquico é narrado no conto Amor, presente no livro Laços de família, publicado em 1960 por Clarice Lispector. Em termos metodológicos, recorreu-se à psicanálise como referencial interpretativo, sobretudo a partir do conceito de falso self desenvolvido pelo psicanalista inglês D. W. Winnicott. O falso self, na protagonista Ana, revela-se como um funcionamento psíquico habilidoso para defendê-la da exposição ao verdadeiro self, retirando-lhe o seu gesto espontâneo e o próprio contato com os seus desejos. Em Ana, a revelação propiciada pelo ponto de descida do bonde, em que é forçada a abandonar o que construíra visando à sua autopreservação, é que dispara na personagem a possibilidade de um novo existir, mais autêntico e mais real.

Biografia do Autor

Luan Felipe de Souza Junqueira, Universidade de São Paulo

Psicólogo. Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Fabio Scorsolini-Comin, Universidade de São Paulo

Psicólogo, Mestre e Doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e do Programa de Pós-graduação em Enfermagem Psiquiátrica da Escola de Enfermaem de Riberão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP). 

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Publicado

2021-09-29

Edição

Seção

Artigos Tema Livre