Mulher rima com dor? Algumas considerações sobre a nação do prazer “masculino” e do sofrimento “feminino”. DOI: 10.5212/Rlagg.v.3.i1.085093

Autores

  • Verônica Daminelli Fernandes Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa

Palavras-chave:

nacionalismo, hierarquia de gênero, consumo feminino

Resumo

Este trabalho procura pensar o imaginário brasileiro que se apropriou do mito da mulher indígena para fundar não apenas o país enquanto território novo, mas também hierarquizou as mulheres dentro de um nacionalismo mitológico que impele a sexualidade “feminina”. Simbolicamente reduzida aos olhos masculinos, a nativa indígena é metáfora da terra nova a ser desvirginada, possuída, nomeada e experimentada de acordo com os desejos masculinos, figurando como propriedade primitiva e erotizada. Na declarada pseudo-neutralidade das tradições do país do prazer, aquilo que queremos mostrar é a aceitação inconsciente das mulheres ao sofrimento artificial imposto, alinhando-se à uma “natureza ideal da brasileira” que as essencializa no seu desejo de ser desejada custe o que custar.

Biografia do Autor

Verônica Daminelli Fernandes, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa

Doutoranda com bolsa da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) em Estudos Portugueses (Estudos de Literatura e Cultura) pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Portugal. É atualmente também pesquisadora visitante dos Departamentos de Português e Espanhol e de GWSS (Gender, Women and Sexuality Studies) na Universidade de Minnesota, EUA. 

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Publicado

2012-02-16

Edição

Seção

Artigos / Articles/ Artículos