Tolerância das performances de raça e classe na Zona Sul entre Homens queers do Rio de Janeiro / Tolerance of racial and class performances amongst queer men in the Zona Sul of Rio de Janeiro - Doi: http://dx.doi.org/10.5212/Rlagg.v.1.i2.161175

Autores

  • Anthony Furlong Institute of Geography, School of Geosciences, University of Edinburgh

Palavras-chave:

Tolerância, raça, classe, queer, Rio de Janeiro

Resumo

O objetivo deste artigo é evidenciar alguns modos em que raça, classe e espaço cruzam-se com a sexualidade e a importância destes cruzamentos para a construção dos lugares tolerantes e intolerantes. Eu afirmo que, embora a Zona Sul do Rio de Janeiro seja imaginada como um espaço extremamente tolerante para os homens queers no Brasil contemporâneo, as realidades vividas dos participantes desta pesquisa mostram uma realidade mais complexa e menos otimista. Argumento que o processo de pertença na Zona Sul está ligado à classe e raça e que comportamentos não associados com aqueles que possuem um alto poder aquisitivo, brancos e masculinos, são vistos como indesejáveis e fora do padrão local. Isto é destacado pelo modo desfavorável que as pessoas, participantes da pesquisa, entendem os comportamentos ligados à ‘bicha pintosa’. Quatro tipos de práticas são identificadas como comportamentos que reforçam a ideia de que a Zona Sul é espaço de brancos de classe média alta e masculinos como: pessoas encarando com um olhar de desdém, agressões verbais ou xingamentos, práticas de consumo e agressão física, provocada por pessoas conhecidas como ‘pitbulls’. Assim, visando os preconceitos ligados à classe e raça no espaço da Zona Sul é evidente que a imagem da região denominada como espaço tolerante e utópico pelos homens queers deve ser reconsiderada.

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Publicado

2010-10-19

Edição

Seção

Artigos / Articles/ Artículos