Ciência e Memória: aspectos da reforma da Universidade de Coimbra de 1772

Autores

  • Magnus Roberto de Mello Pereira Universidade Federal do Paraná - UFPR
  • Ana Lúcia Rocha Barbalho da Cruz

Palavras-chave:

Memória, Marques de Pombal, Universidade de Coimbra

Resumo

Com a Reforma de 1772, a Universidade de Coimbra passou a ser pensada como parte do aparelho de Estado, à qual seria atribuida a responsabilidade pela formação das novas mentalidades que iriam colocar Portugal nas sendas do progresso e do bem comum. Tratava-se de alavancar internamente a produção de conhecimento científico e técnico modernos através da formação de uma elite intelectual apta a multiplicar esses saberes, como professores, e à atender às necessidades administrativas mais imediatas de Estado. No entanto, a mesma Reforma integrou-se num processo maior de construção de memória. Através da edição de diversos textos chaves, Pombal buscou criar monumentos instauradores de verdades e memórias, que ensinavam como e o que lembrar ou esquecer. Os textos da reconstrução de Lisboa, da expulsão dos jesuítas e da reforma da Universidade foram a base discursiva sobre a qual foi construído o personagem Pombal, que até hoje se impõe como marco obrigatório de rememoração.

Biografia do Autor

Magnus Roberto de Mello Pereira, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Iniciou a sua vida acadêmica cursando Arquitetura e, depois, Design. As dificuldades próprias desses velhos tempos levaram a que abandonasse a Universidade e partisse para a África, onde se tornou professor, na República da Guiné-Bissau. Foi no continente africano que descobriu a sua inclinação pela História. Ao retornar ao Brasil, fez toda a sua formação acadêmica em História, na Universidade Federal do Paraná. Posteriormente, realizou estágios de pós-doutoramento nas Universidades de Coimbra e no Instituto de Investigação Científica Tropical, em Lisboa. Iniciou sua carreira profissional no Museu da Imagem e do Som, do Paraná. Na gestão do ministro Celso Furtado, no Ministério da Cultura, foi Coordenador Geral de Políticas Culturais e Secretário de Atividades Sócio-Culturais. De volta a Curitiba, passou a integrar o corpo de pesquisadores do IPARDES, onde coordenou o projeto História da Indústria no Paraná. Finalmente, entrou para academia, ingressando nos quadros da Universidade Federal do Paraná, onde é professor adjunto. Sua atuação como pesquisador cobre Portugal e suas colônia, durante o Antigo Regime. Dentro deste grande recorte, especializou-se nos temas da cidade e da administração urbana e, mais recentemente, têm-se dedicado às viagens científicas realizadas por luso-brasileiros, no final do período colonial. É integrante e fundador do CEDOPE - Centro de Documentação e Pesquisa de História dos Domínios Portugueses. Foi agraciado com uma série de bolsas por parte da CAPES, do CNPq, da Fundação Araucária e da Fundação Carolina (Espanha), as quais lhe permitiram desenvolver uma intensa atividade de pesquisador em Arquivos do Brasil, de Portugal, da África e mesmo de Goa, na Índia

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Publicado

2009-09-09

Como Citar

PEREIRA, M. R. de M.; CRUZ, A. L. R. B. da. Ciência e Memória: aspectos da reforma da Universidade de Coimbra de 1772. Revista de História Regional, [S. l.], v. 14, n. 1, 2009. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/2281. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

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