Imobilismo e frustração em “O Amanuense Belmiro”

Autores

  • Manoel Freire Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
  • Maria Clediane Oliveira Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Palavras-chave:

Cyro dos Anjos, romance de 30, imobilismo, fracasso

Resumo

Este artigo constitui um estudo sobre O amanuense Belmiro, do escritor mineiro Cyro dos Anjos, com foco no personagem Belmiro Borba, protagonista e narrador do romance. Solitário e retraído, Belmiro chega aos trinta e nove anos sem ter conseguido realizar nada de significativo, algo que trouxesse um sentido para sua existência. Inapto para a ação num mundo em que o ativismo é condição indispensável à sobrevivência, Belmiro fracassa em todas as esferas de atuação, não conseguindo realizar qualquer projeto consistente que pudesse marcar positivamente a sua vida. Não realiza os planos dos seus pais, negando as virtudes da família ao recusar-se dar-lhe continuidade através do trabalho na propriedade rural; fracassa na tentativa de escrever um livro de memórias para registrar suas lembranças, ao deixar que as cenas do seu cotidiano predominem e ofusquem os acontecimentos do passado; também não se realiza no plano afetivo, tornando-se um solteirão melancólico e solitário, que se retrai para realizar a única obra de que fora capaz: o registro íntimo de impressões do cotidiano misturadas a reflexões acerca de sua trajetória fracassada, numa prosa irônica temperada com lirismo e melancolia. 

Biografia do Autor

Manoel Freire, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Graduado em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (1995), com Mestrado em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2001) e Doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (2009). É professor de literatura brasileira, vinculado ao Departamento de Letras Vernáculas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, docente permanente do Programa de Pós-graduação em Letras da mesma Universidade. Desenvolve pesquisas em Literatura Brasileira, especificamente prosa de ficção moderna e contemporânea, numa abordagem que enfatiza na relação entre forma literária e processo social.

Maria Clediane Oliveira, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Professora da rede pública de ensino do Rio Grande do Norte, tem graduação em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus Avançado de Pau dos Ferros, e mestrado em pelo Programa de Pós-graduação em Letras (mestrado) pela mesma Universidade

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Publicado

2018-03-02

Como Citar

FREIRE, M.; OLIVEIRA, M. C. Imobilismo e frustração em “O Amanuense Belmiro”. Muitas Vozes, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 145–155, 2018. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/view/9260. Acesso em: 25 abr. 2024.