Modernidade e diferença colonial nos discursos hegemônicos sobre língua no Brasil. DOI: 10.5212/MuitasVozes.v.1i2.0001

Autores

  • Joana Plaza PINTO Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

Língua, Regime metadiscursivo, Modernidade, Diferença colonial, Práticas identitárias.

Resumo

As contradições entre discursos hegemônicos sobre língua no Brasil e práticas identitárias contemporâneas são o centro deste trabalho. Para debater este amplo tema, argumento que atos de fala reiterados têm construído hegemonias sobre língua no Brasil, sendo as principais a unidade linguística, a hierarquia escrita/oralidade e a correspondência linear língua/escrita/cognição. Essas hegemonias remetem a três modelos interpretativos da Modernidade colonial. Tais modelos dependem fortemente da concepção moderna de identidade uniforme e bem delimitada, que o sistema mundo/moderno não suporta mais da mesma forma. As práticas identitárias contemporâneas dão suporte para duas contradições dos discursos hegemônicos sobre língua no Brasil. A primeira contradição é operada por mudanças de projeto do sistema mundo/moderno/colonial; a segunda contradição é operada pela silenciosa e anônima perseverança do projeto moderno. O que se conclui é uma síntese paradoxal: os discursos hegemônicos sobre língua no Brasil, herdados da Modernidade colonial, enfrentam atualmente, nas práticas identitárias contemporâneas, forças contrárias à sua estabilização, ao mesmo tempo em que a diferença colonial persiste.

Biografia do Autor

Joana Plaza PINTO, Universidade Federal de Goiás

Professora Associada da Universidade Federal de Goiás. Mestrado (1998) e Doutorado (2002) em Lingüística na Unicamp sob orientação do Prof. Dr. Kanavillil Rajagopalan. Parte dos estudos de doutorado foi realizado na École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris, 1999-2000), sob a supervisão do Prof. Dr. Jacques Derrida. Conduzo pesquisas em pragmática, gênero e feminismo, com uma abordagem multidisciplinar, principalmente nos seguintes temas: atos de fala, corpo, performatividade, identidade, teoria lingüística e descolonização epistêmica. Atualmente sou editora da área de Estudos Linguísticos do periódico Signótica (UFG). Fiz parte da coordenação do GT "Práticas Identidades em Lingüística Aplicada", da ANPOLL (gestões 2008-2010 e 2010-2012), e atualmente sou membro do Advisory Council da International Language and Gender Association.

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Publicado

2013-04-23

Como Citar

PINTO, J. P. Modernidade e diferença colonial nos discursos hegemônicos sobre língua no Brasil. DOI: 10.5212/MuitasVozes.v.1i2.0001. Muitas Vozes, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 171–180, 2013. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/view/4866. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Políticas linguísticas