"Índio já sofre por ser índio": língua e identidade em redações de indígenas

Autores

Palavras-chave:

INDÍGENAS. LÍNGUA. SUJEITO. IDENTIDADE.

Resumo

Este artigo analisa sentidos mobilizados sobre o ser-indígena no ensino superior em redações de sujeitos indígenas participantes do Programa de Acesso e Permanência dos Povos Indígenas (PIN) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Para atingir tal objetivo, foram selecionadas algumas sequências discursivas de redações elaboradas no PIN-UFFS (2016). Situamo-nos na Análise de Discurso (AD) de orientação francesa, para a qual a língua é afetada pelo político, pelo histórico, pelo social e pelo ideológico. Ao observar as redações de alunosindígenas, inquieta-nos como os sentidos sobre língua e identidade são afetados ao necessitarem adequar-se ao lugar do outro, do não-indígena. Entendemos que isso pode produzir o apagamento dessas línguas indígenas, constituintes de grupos minoritários, sem discussão da inserção institucional e das consequências para a formação dos alunos e dos professores. Os resultados apontam para uma ruptura em relação à língua materna do indígena. Ao habitar o lugar considerado do não-indígena, o indígena sofre um silenciamento de sua língua e identidade a fim de ser aceito.

Biografia do Autor

Angela Derlise Stübe, UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul

Língua Portuguesa e Linguística, Campus Chapecó/SC, UFFS

Gabriele de Aguiar, UFFS

Graduada em Letras – Português e Espanhol. Mestranda em Estudos Linguísticos/ PPGEL - UFFS

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Publicado

2019-03-06

Como Citar

STÜBE, A. D.; DE AGUIAR, G. "Índio já sofre por ser índio": língua e identidade em redações de indígenas. Muitas Vozes, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 99–124, 2019. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/view/12593. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Entre hegemonias e saberes subalternos na Universidade do Século XXI