A pobreza da pobreza do Banco Mundial: influência neoliberal e determinação nos países em desenvolvimento

Conteúdo do artigo principal

Silvio Aparecido Redon
Eliane Christine Santos de Campos

Resumo

A pobreza se coloca como uma condição ineliminável na sociedade regida pelo capital, sendo o elo mais débil na relação com a riqueza, seu par dialético. Para além de sua produção, centrada na estrutura da sociedade (em uma abordagem de cariz marxiano), e da sua representação nas condições objetivas de vida da maioria da população mundial, a pobreza é alvo de investidas políticas para seu alívio, bem como de teorizações burguesas acerca de sua origem e vigência, todas descoladas da realidade social. Esse artigo visa analisar a concepção de pobreza do Banco Mundial ao longo das décadas, considerando seu papel centralizador e irradiador de medidas para seu enfrentamento nos países em desenvolvimento, pontuando sua forte presença política nessas localidades. Nos valemos de revisão de literatura sobre o tema pertinente e também da pesquisa documental, tendo como fonte principal os Relatórios do Banco Mundial, o estudo evidenciou a influência neoliberal na referida instituição e, portanto, sua importância e funcionalidade sobre o tema para a ordem burguesa.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
REDON, S. A.; CAMPOS, E. C. S. de . A pobreza da pobreza do Banco Mundial: influência neoliberal e determinação nos países em desenvolvimento . Emancipação, Ponta Grossa - PR, Brasil., v. 21, p. 1–21, 2021. DOI: 10.5212/Emancipacao.v.21.2115040.021. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/15040. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Silvio Aparecido Redon, Universidade Estadual de Londrina

Doutorando em Serviço Social e Política Social na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Mestre em Serviço Social e Política Social ( UEL) e Graduado em Serviço Social (UEL). E-mail: silvioredonks@hotmail.com

Eliane Christine Santos de Campos, Universidade Estadual de Londrina

Doutorando em Serviço Social e Política Social na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Mestre em Serviço Social e Política Social ( UEL) e Graduado em Serviço Social (UEL). E-mail: silvioredonks@hotmail.com

Referências

ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. In: Gentili, Anderson, Salama (Orgs). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 6° ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. p. 9-23.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento mundial. Washington: Banco Mundial, 1990.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento mundial. Luta contra a pobreza. Washington: Banco Mundial, 2000/2001.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento mundial 2005: Um melhor clima de investimento para todos. Washington, DC: Banco Mundial, 2005.

BANCO MUNDIAL. Relatório Anual de 2006 do Banco Mundial. Washington, DC: Banco Mundial, 2006.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento Mundial – Visão Geral. Conflito, Segurança e Desenvolvimento. Washington, DC: Banco Mundial, 2011.

BANCO MUNDIAL. Relatório Anual de 2013 do Banco Mundial – Pobreza e Prosperidade. Washington, DC: Banco Mundial, 2013.

BANCO MUNDIAL. La pobreza y la prosperidade compartida: armando rompecabezzas de la pobreza (panorama general). Washington, DC: Grupo Banco Mundial, 2018.

BÓRON, Atílio. A sociedade civil depois do dilúvio neoliberal. In: Gentili, Anderson, Salama (Orgs). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 5° ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p. 63-118.

CHOSSUDOVSKY, Michel. A globalização da pobreza. Impactos das reformas do FMI e do Banco Mundial. São Paulo: Moderna, 1999.

FARIAS, Francisco Adjacy e MARTINS, Mônica Dias. O conceito de pobreza do Banco Mundial. Revista do Observatório das Nacionalidades: Tensões Mundiais. Fortaleza, v. 3, n° 5, jul./dez. 2007.

HARVEY, D. O neoliberalismo – história e implicações. São Paulo: Edições Loyola, 2008.

LAURELL, A. C. (org.). Estado e políticas sociais no neoliberalismo. 2° ed. São Paulo: Cortez/Cedec. 1997.

LEHER, Roberto. Crise do capital e questão social. Estudos do Trabalho, revista da RET (Rede de Estudos do Trabalho), ano III, n° 6, 2010. Disponível em: <<http://www.estudosdotrabalho.org/4RevistaRET6.pdf>>. Acesso em: 03/09/2018.

MANDEL, Ernest. O Capitalismo Tardio. São Paulo: Abril S.A, 1982.

MARX. K. Introdução [à Crítica da Economia Política]. In: MARX. K. . Introdução à Crítica da Economia Política; Salário, Preço e Lucro; O Rendimento e suas Fonte: a economia vulgar. São Paulo: Abril Cultural, 1982, p. 3-21.

MARX. K. O Capital: Crítica da economia política. Vol. I. Livro Primeiro: O processo de produção do capital. Editado por Friedrich Engels. São Paulo: Abril Cultural. 1984.

MAURIEL, Ana Paula Ornellas. Relações internacionais, política social e combate à pobreza. Revista em Pauta, Rio de Janeiro, n° 23, v. 6, p. 43-67, jul. 2009.

MAURIEL, Ana Paula Ornellas. Desenvolvimento, pobreza e políticas sócias. Revista em Pauta, Rio de Janeiro, n. 31, v. 11, p. 97-117, 1º Semestre de 2013.

NETTO, José Paulo. Desigualdade, pobreza e Serviço Social. Revista Em Pauta, Rio de Janeiro, n° 19, p. 134-170. 2007.

PEREIRA, João Márcio Mendes. O Banco Mundial e a construção político-intelectual do “combate à pobreza”. TOPOI, n° 21, jul./dez. p. 260-282, 2010.

PEREIRA, Potyara Amazoneida P. Necessidades humanas. Subsídios à crítica dos mínimos sociais. 6° ed. São Paulo: Cortez, 2011.

SALAMA, Pierre. Abertura e pobreza: qual abertura. Revista Políticas Públicas, v. 9, n° 1, p. 19-216, jul./dez. 2005.

SALAMA, Pierre e DESTREMAU, Blandine. O tamanho da pobreza. Economia política da distribuição de renda. Rio de Janeiro: Garamond, 1999.

SANTOS JÚNIOR, Raimundo Batista dos. As políticas sociais do Banco Mundial para os países em desenvolvimento. 2010. 281 fls. Tese – (Doutorado em Ciência Política). Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2010.

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. Tradução de Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SIQUEIRA, Luana. Pobreza e Serviço Social – Diferentes concepções e compromissos políticos. São Paulo: Cortez.