A conspiração dos vivos: as lutas contra a asfixia

Conteúdo do artigo principal

Murilo Duarte Costa Corrêa
http://orcid.org/0000-0002-4420-2275

Resumo

Este ensaio analisa o panorama e o desenvolvimento das lutas sociais durante a pandemia da Sars-Cov-2, com atenção aos seus desdobramentos entre março e julho de 2020. Recorrendo a uma metodologia teórico-empírica, e combinando a análise teórica à de conjuntura, o ensaio examina quatorze textos de intervenção escritos pelo filósofo italiano Giorgio Agamben no contexto pandêmico. Esses textos manifestam grandes preocupações com o futuro da atividade política, em função da adoção de políticas de lockdown e de distanciamento social. Tornada um problema de pesquisa, analisamos criticamente e ressignificamos essa preocupação de um ponto de vista materialista e pós-estrutural, recorrendo às obras de Deleuze e Guattari, Pasquinelli, Quintarelli, Tiqqun e Judith Butler, entre outros pensadores contemporâneos. Analisando conjunturalmente os movimentos Black Lives Matter, Stay at Home e o Breque dos Apps, o ensaio conclui que o campo social pandêmico constitui um solo fértil ao florescimento de novas lutas, estratégias, e relações de composição política entres os corpos, ainda que secundado de perigos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Detalhes do artigo

Como Citar
CORRÊA, M. D. C. A conspiração dos vivos: as lutas contra a asfixia. Emancipação, Ponta Grossa - PR, Brasil., v. 21, p. 1–17, 2021. DOI: 10.5212/Emancipacao.v.21.2116468.023. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/16468. Acesso em: 29 mar. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Murilo Duarte Costa Corrêa, Universidade Estadual de Ponta Grossa / ​Affiliated Researcher Faculty of Law and Criminology /Vrije Universiteit Brussel, Belgium

Doutor (USP) e Mestre (UFSC) em Filosofia e Teoria Geral do Direito e Graduado em Direito (UFPR). Professor Adjunto no Departamento de Direito do Estado e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas da UEPG. E-mail: correa@uepg.br.

Referências

AGAMBEN, G. Sulla fine del mondo. Quodlibet. 19 de novembro de 2019. Disponível em: <https://www.quodlibet.it/giorgio-agamben-sulla-fine-del-mondo>. Acesso em: 13 jul. 2020.

AGAMBEN, G. L’invenzione di un’epidemia. Quodlibet. 26 de fevereiro de 2020a. Disponível em: <https://www.quodlibet.it/giorgio-agamben-l-invenzione-di-un-epidemia>. Acesso em: 13 jul. 2020.

AGAMBEN, G. Biosicurezza e politica. Quodlibet. 11 de maio de 2020b. Disponível em: <https://www.quodlibet.it/giorgio-agamben-biosicurezza>. Acesso em: 13 jul. 2020.

AGAMBEN, G. Distanziamento sociale. Quodlibet. 6 de abril de 2020c. Disponível em: <https://www.quodlibet.it/giorgio-agamben-distanziamento-sociale>. Acesso em: 13 jul. 2020.

AGAMBEN, G. La medicina come religione. Quodlibet. 2 de maio de 2020d. Disponível em: <https://www.quodlibet.it/giorgio-agamben-la-medicina-come-religione>. Acesso em: 13 jul. 2020.

AGAMBEN, G. Una domanda. Quodlibet. 14 de abril de 2020e. Disponível em: <https://www.quodlibet.it/giorgio-agamben-una-domanda>. Acesso em: 13 jul. 2020.

AGAMBEN, G. Fase 2. Quodlibet. 20 de abril de 2020f. Disponível em: <https://www.quodlibet.it/giorgio-agamben-fase-2>. Acesso em: 13 jul. 2020.

AGAMBEN, G. Che cos’è la paura? Quodlibet. 13 de julho de 2020g. Disponível em: <https://www.quodlibet.it/giorgio-agamben-che-cos-u2019-a-paura>. Acesso em: 13 jul. 2020.

AGAMBEN, G. L’Aperto: l’uomo e l’animale. Torino: Bolatti Boringhieri, 2002.

AGAMBEN, G. Homo sacer I: o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte, 2007.

AGAMBEN, G. O uso dos corpos. Homo sacer IV, 2. São Paulo: Boitempo, 2017.

AGAMBEN, G. Altíssima pobreza. Regra monásticas e forma de vida. Homo sacer IV, 1. São Paulo: Boitempo, 2014.

ALLIEZ, E.; LAZZARATO, M. Guerres et capital. Paris: Éditions Amsterdam, 2016.

ALVES, P.; GROHMANN, R. É luta de classes mesmo, sem conversinha: entrevista com Galo, dos Entregadores Antifascistas. DigiLabour. 02 de julho de 2020. Disponível em: <https://digilabour.com.br/2020/07/02/e-luta-de-classes-mesmo-sem-conversinha-entrevista-com-galo-dos-entregadores-antifascistas/>. Acesso em: 13 jul. 2020.

BARBOSA, J.; HONESKO, V. N. Modos colonizados de repcepção filosófica: notas sobre o caso Agamben. Flanagens. 15 de maio de 2020. Disponível em: <http://flanagens.blogspot.com/2020/05/jonnefer-barbosa-1-vinicius-nicastro.html>. Acesso em: 13 jul. 2020.

BOURROUGHS, W. S. La revolución electrónica. Buenos Aires: Caja Negra, 2013.

BUTLER, J. Corpos em aliança e a política das ruas. Notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

BUTLER, J. Traços humanos nas superfícies do mundo. Coleção pandemia crítica. São Paulo: n-1 edições, 2002. Disponivel em: <https://n-1edicoes.org/042>. Acesso em: 13 jul. 2020.

CANETTI, E. Massa e poder. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

COCCIA, E. Reversing the new global monasticism. 21 de abril de 2020. Fall semester. Disponível em: <https://fallsemester.org/2020-1/2020/4/17/emanuele-coccia-escaping-the-global-monasticism> Acesso em: 13 jul. 2020.

COLLI, G. La ragione errabonda. Quaderni Postumi. Milano: Adeplhi Edizioni, 1982.

CORRÊA, M. D. C. Entre o transe e a asfixia: a conspiração do vivo. Coleção pandemia crítica. São Paulo: n-1 edições, 2020. Disponivel em: <https://n-1edicoes.org/076>. Acesso em: 13 jul. 2020.

CORRÊA, M.; MATOS, A. Viral intrusion. Naked punch. 31 de maço de 2020. Disponível em: <http://www.nakedpunch.com/articles/308>. Acesso em: 13 jul. 2020.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O anti-Édipo. São Paulo: Editora 34, 2010.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 3. São Paulo: Editora 34, 2008.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Crítica e clínica. São Paulo: Editora 34, 1997.

DUJARIER, M.-A. Le travail du consommateur. De McDo à eBay, comment nous coproduisons ce que nous achetons, Paris, La Découverte, 2014.

DWIVEDI, D; MOHAN, S. A comunidade dos abandonados: uma resposta para Agamben e Nancy. 08 de março de 2020. Coleção pandemia crítica. São Paulo: n-1 edições. Disponível em: <https://n-1edicoes.org/085>. Acesso em: 13 jul. 2020.

ESPOSITO, R. Curati a oltranza. 28 de fevereiro de 2020. Antinomie. Disponível em: <https://antinomie.it/index.php/2020/02/28/curati-a-oltranza/>. Acesso em: 13 jul. 2020.

FEDERICI, S. O ponto zero da revolução. Trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante, 2019.

FEDERICI, S. Capitalismo, reprodução e quarentena. Coleção pandemia crítica. São Paulo: n-1 edições, 2020. Disponivel em: <https://n-1edicoes.org/058>. Acesso em: 13 jul. 2020.

GRILLO, A. Agamben e a pergunta equivocada. IHU Online, 2020. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/598179-agamben-e-a-pergunta-equivocada-artigo-de-andrea-grillo>. Acesso em: 13 jul. 2020.

FOUCAULT, M. História da sexualidade 1: a vontade de saber. 19. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2009.

FRATESCHI, Y. Agamben sendo Agamben: o filósofo e a invenção da pandemia. Blog da Boitempo, 2020a. Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br/2020/05/12/agamben-sendo-agamben-o-filosofo-e-a-invencao-da-pandemia/>. Acesso em: 13 jul. 2020.

FRATESCHI, Y. Essencialismos filosóficos e ditadura do corona: sobre Giorgio Agamben mais uma vez. Blog da Boitempo, 2020b. Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br/2020/05/29/essencialismos-filosoficos-e-ditadura-do-corona-sobre-giorgio-agamben-mais-uma-vez/>. Acesso em: 13 jul. 2020.

LAZZARATO, M. Signos, máquinas, subjetividades. São Paulo n-1 edições, 2014.

LUCAS, Á. A triste sorte dos negacionistas da Covid-19. Jornal El país. 07 de julho de 2020. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/internacional/2020-07-07/a-triste-sorte-dos-negacionistas-da-covid-19.html>. Acesso em: 13 jul. 2020.

HEIDDEGER, M. Ser e tempo. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

HEIDDEGER, M. Ontologia (hermenêutica da faticidade). Petrópolis: Vozes, 2012.

MAGA, G. Rischio basso, capire condizioni vittime. CNR - Consiglio Nazionale delle Ricerche. 22 de fevereiro de 2020. Disponível em: <https://www.cnr.it/it/nota-stampa/n-9233/coronavirus-rischio-basso-capire-condizioni-vittime>. Acesso em: 13 jul. 2020.

MBEMBE, A. Necropolítica. Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MBEMBE, A. O direito universal à respiração. Coleção pandemia crítica. São Paulo: n-1 edições. Disponivel em: <https://n-1edicoes.org/020>. Acesso em: 13 jul. 2020.

MORAES, J. de. Agamben contra o neoliberalismo. Tempo de agora, 2020. Disponível em: <https://www.tempodoagora.org/post/agamben-contra-o-neoliberalismo>. Acesso em: 13 jul. 2020.

NANCY, J.-L.. Eccezione virale. 27 de fevereiro de 2020. Antinomie. Disponível em: <https://antinomie.it/index.php/2020/02/27/eccezione-virale/>. Acesso em: 13 jul. 2020.

PASOLINI, P. P. Poemas. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

PASQUINELLI, M. Animal spirits: a bestiary of the commons. Rotterdam: NAi publishers, 2008.

PROTESTOS CONTRA RESPOSTAS À PANDEMIA DE COVID-19. Wikipedia: a enciclopédia livre. 2020. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Protestos_contra_respostas_%C3%A0_pandemia_de_COVID-19#cite_note-37> Acesso em: 13 jul. 2020.

QUINTARELLI, S. Capitalismo immateriale. Le technologie digitale e il nuovo conflitto sociale. Torino: Bolatti Boringhieri, 2019.

RODRIGUES, C. et al. Agamben sendo Agamben: por que não? Blog da Boitempo, 2020a. Disponível em:<https://blogdaboitempo.com.br/2020/05/16/agamben-sendo-agamben-por-que-nao/>. Acesso em: 13 jul. 2020.

TIQQUN. The cybernetic hypothesis. South Pasadena: Semiotext(e), 2020.

UNFPA. Impact of the COVID-19 Pandemic on Family Planning and Ending Gender-based Violence, Female Genital Mutilation and Child Marriage (Report). United Nations Population Fund. Interim technical note. Disponível em: <https://www.unfpa.org/sites/default/files/resource-pdf/COVID-19_impact_brief_for_UNFPA_24_April_2020_1.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.

WIGNARAJA, K. The need for universal basic income. United Nations Development Program. Publicado em 06 de maio de 2020. Disponível em: <https://www.undp.org/content/undp/en/home/blog/2020/the-need-for-universal-basic-income.html>. Acesso em: 13 jul. 2020.

ŽIŽEK, S. Pandemia: Covid-19 e a reinvenção do comunismo. São Paulo: Boitempo, 2020.