Aspectos teórico-metodológicos para a análise da constituição do campo acadêmico da política educacional no Brasil

Autores

  • Silvana Stremel Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5212/retepe.v.2.001

Resumo

Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar o percurso metodológico e as fontes de estudo para análise da constituição do campo acadêmico da política educacional no Brasil. Baseia-se nas contribuições de Pierre Bourdieu sobre a formação e o funcionamento dos campos, bem como sobre as questões metodológicas para a análise de um determinado objeto de estudo. Tendo em vista as contribuições desse autor, apresentamos um conjunto de aspectos que contribuiu para a estruturação do campo acadêmico da política educacional e que se constitui como fonte para o estudo da história desse campo no contexto brasileiro. Com base na fundamentação teórica e no levantamento das fontes, verificou-se que se trata de um campo institucionalizado e que vem adquirindo legitimidade com a criação de disciplinas, periódicos, grupos e linhas de pesquisa, redes de pesquisa, eventos científicos, grupos de trabalho em entidades científicas e eventos específicos, entre outros.

 

Palavras-chave: Política educacional. Campo acadêmico. Pierre Bourdieu.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

Azevedo, J. M. L. e Aguiar, M. A. (2001). “A produção do conhecimento sobre a política educacional no Brasil: um olhar a partir da ANPED”. Educação & Sociedade, Campinas, v. 22, n. 77, pp. 49-70.

Bathmaker, A.-M. (2015). “Thinking with Bourdieu: thinking after Bourdieu. Using ‘field’ to consider in/equalities in the changing field of English higher education”. Cambridge Journal of Education, v. 45, n. 1, pp. 61-80.

Bello, I. M., Jacomini, M. A. e Minhoto, M. A. P. (2014). “Pesquisa em política educacional no Brasil (2000-2010): uma análise de teses e dissertações”. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 9, n. 2, pp. 369-393.

Bourdieu, P. (1989). O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Bourdieu, P. (1996). Razões práticas: sobre a teoria da ação. Tradução de Mariza Corrêa. Campinas: Papirus.

Bourdieu, P. (2002). Campo de poder, campo intelectual: itinerario de un concepto. Tucumán, Capital Federal: Montressor.

Bourdieu, P. (2003). Questões de sociologia. Tradução de Miguel Serras Pereira. Lisboa: Fim de Século.

Bourdieu, P. (2004a). Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. Tradução de Denice Barbara Catani. São Paulo: Editora UNESP.

Bourdieu, P. (2004b). Coisas ditas. Tradução de Cássia R. da Silveira e Denise Moreno Pegorim. 1. reimp. da 1. ed. São Paulo: Brasiliense.

Bourdieu, P. (2004c). A economia das trocas simbólicas. Introdução, organização e seleção de Sergio Miceli. 5. ed. São Paulo: Perspectiva. (Coleção Estudos, 20).

Bourdieu, P. (2005). “O campo econômico”. Política & Sociedade, Florianópolis, v. 4, n. 6, pp. 15-57.

Bourdieu, P. (2011a). “O campo político”. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 5, pp. 193-216.

Bourdieu, P. (2011b). Homo academicus. Tradução de Ione Ribeiro Valle e Nilton Valle. Florianópolis: Editora da UFSC.

Bourdieu, P. e Wacquant, L. J. D. (1992). An invitation to reflexive sociology. Chicago: The University of Chicago Press.

Catani, A. M. e Azevedo, M. L. N. (2013). “Estudos de políticas de educação em uma perspectiva comparada: uma antecipação crítica de Bourdieu e Passeron”. Jornal de Políticas Educacionais, Curitiba, n. 14, pp. 51-61.

Cunha, K. S. (2016). “Teoria do discurso e conceito de campo: categorias para análise das políticas educacionais”. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa, v. 1, n. 2, 2016. (Ahead of Print).

Flach, S. F. e Masson, G. (2014). “A disciplina de política educacional em cursos de formação de professores”. Revista Pedagógica, Chapecó, v. 16, n. 33, pp. 205-220.

Gerrard, J. e Farrell, L. (2013). “‘Peopling’ curriculum policy production: researching educational governance through institutional ethnography and Bourdieuian field analysis”. Journal of Education Policy, v. 28, n. 1, pp. 1-20.

Gómez Campo, V. M. e Tenti Fanfani, E. (1989). Universidad y profesiones: crisis y alternativas. Buenos Aires: Miño y Dávila Editores.

Gonçalves, N. G. (2005). “A relação Estado e educação: uma análise da produção acadêmica brasileira (1971-2000)”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 86, n. 213/214, pp. 21-37.

Heimans, S. (2012). “Education policy, practice, and power”. Educational Policy, v. 26, n. 3, pp. 369-393.

Hey, A. P. (2008). Esboço de uma sociologia do campo acadêmico: a Educação Superior no Brasil. São Carlos: EdUFSCar.

Inep. (1944a). “Bibliografia pedagógica brasileira (1812-1900)”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, pp. 100-123.

Inep. (1944b). “Bibliografia pedagógica brasileira (1901-1930)”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, pp. 281-303.

Inep. (1944c). “Bibliografia pedagógica brasileira (1931 a 1940)”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 1, n. 3, pp. 418-448.

Inep. (1944d). “Bibliografia pedagógica brasileira (1941 e 1942)”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, pp. 108-133.

Inep. (1944e). “Bibliografia brasileira de educação: ano de 1943”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 5, pp. 287-294.

Inep. (1945). “Bibliografia brasileira de educação: ano de 1944”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 11, pp. 263-274.

Ladwig, J. G. (1994). “For whom this reform?: outlining educational policy as a social field”. British Journal of Sociology of Education, v. 15, n. 3, pp. 341-363.

Ladwig, J. G. (2014). “Theoretical notes on the sociological analysis of school reform networks”. British Journal of Sociology of Education, v. 35, n. 3, pp. 371-388.

Lingard, B. e Rawolle, S. (2004). “Mediatizing educational policy: the journalistic field, science policy, and cross‐field effects”. Journal of Education Policy, v. 19, n. 3, pp. 361-380.

Lingard, B., Rawolle, S. e Taylor, S. (2005). “Globalizing policy sociology in education: working with Bourdieu”. Journal of Education Policy, v. 20, n. 6, pp. 759-777.

Lingard, B., Sellar, S. e Baroutsis, A. (2015). “Researching the habitus of global policy actors in education”. Cambridge Journal of Education, v. 45, n. 1, pp. 25-42.

Mainardes, J. (2015). “Reflexiones sobre el objeto de estudio de la política educativa”. In: Tello, C. G. (Org.). Los objetos de estudio de la Política Educativa: hacia una caracterización del campo teórico. Buenos Aires: Autores de Argentina, pp. 25-42.

Mainardes, J. (2016a). “A pesquisa sobre política educacional no Brasil: aspectos teórico-epistemológicos”. In: XI Reunião Científica Regional da ANPEd – ANPED SUL, 2016, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR, pp. 1-20.

Mainardes, J. (2016b). “A produção do conhecimento em política educacional: análise de perspectivas teórico-epistemológicas e o lugar do pluralismo”. In: V Congresso Ibero-Americano e VIII Congresso Luso-Brasileiro de Política e Administração da Educação, 2016, Goiânia. Anais… Goiânia: UFG/PUC-Goiás, pp. 1-15.

Mainardes, J. e Tello, C. (2016). “A pesquisa no campo da política educacional: explorando diferentes níveis de abordagem e abstração”. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, v. 24, n. 75, pp. 1-12.

Mangez, E. e Hilgers, M. (2012). “The field of knowledge and the policy field in education: PISA and the production of knowledge for policy”. European Educational Research Journal, v. 11, n. 2, pp. 189-205.

Marginson, S. (2008). “Global field and global imagining: Bourdieu and worldwide higher education”. British Journal of Sociology of Education, v. 29, n. 3, pp. 303-315.

Martins, R. D’A. e Lotta, G. S. (2010). “Capital social e redes sociais como alternativa para análise de políticas públicas de educação: o caso de Icapuí-CE”. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v. 18, n. 69, pp. 846-860.

Maton, K. (2005). “A question of autonomy: Bourdieu’s field approach and higher education policy”. Journal of Education Policy, v. 20, n. 6, pp. 687-704.

Ortiz, R. (Org.). (1983). Pierre Bourdieu: sociologia. São Paulo: Ática.

Rawolle, S. e Lingard, B. (2008). “The sociology of Pierre Bourdieu and researching education policy”. Journal of Education Policy, v. 23, n. 6, pp. 729-741.

Rawolle, S. e Lingard, B. (2015). “Bourdieu and doing policy sociology in education”. In: Gulson, K. N., Clarke, M. e Petersen, E. B. (Eds.). Education policy and contemporary theory: implications for research. Abingdon, Oxon: Routledge, pp. 15-26.

Sander, B. (2007). “A pesquisa sobre política e gestão da educação no Brasil: uma leitura introdutória sobre sua construção”. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, Porto Alegre, v. 23, n. 3, pp. 421-447.

Sander, B. (2011). “Introdução à história da ANPAE como entidade educacional da sociedade civil”. In: Sander, B. (Org.). ANPAE – Relatório de Gestão 2006-2011: sonhos e realizações. Niterói, RJ: Edições ANPAE, pp. 271-285. (Coleção Biblioteca ANPAE, Série Cadernos, n. 12).

Santos, A. L. F. (2008). A Pós-Graduação em Educação e o tratamento do tema política educacional: uma análise da produção do conhecimento no Nordeste do Brasil. 2008. 270 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

Santos, A. L. F. (2009). A Pós-Graduação em Educação e o tratamento do tema política educacional: uma análise da produção do conhecimento no Nordeste do Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE.

Santos, A. L. F. (2014). “Conhecimento e interesse: analisando fatores que influenciam a constituição do campo acadêmico da pesquisa sobre política educacional”. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, Porto Alegre, v. 30, n. 1, pp. 161-180.

Santos, A. L. F. e Azevedo, J. M. L. (2009). “A Pós-Graduação no Brasil, a pesquisa em educação e os estudos sobre a política educacional: os contornos da constituição de um campo acadêmico”. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, n. 42, pp. 534-550.

Santos, A. L. F. e Azevedo, J. M. L. (2014). “O GT 05 – Estado e Política Educacional – no contexto do Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste: um olhar sobre a sua produção”. In: Gomes, A. M. e Leal, T. F. (Orgs.). Pesquisas em educação nas regiões Norte e Nordeste: balanço e perspectivas. Recife: Editora UFPE, pp. 67-82.

Saviani, D. (2004). “Breves considerações sobre fontes para a história da educação”. In: Lombardi, J. C. e Nascimento, M. I. M. (Orgs.). Fontes, história e historiografia da educação. Campinas: Autores Associados, pp. 3-12.

Sossai, F. C. (2016). “Anotações sobre o conceito de campo e os estudos em políticas educacionais”. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa, v. 1, n. 2. (Ahead of Print).

Souza, A. R. (2014). “A pesquisa em políticas educacionais no Brasil: de que estamos tratando?”. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 9, n. 2, pp. 355-367.

Stremel, S. (2012). “Fontes para o estudo da constituição do campo da política educacional no Brasil”. In: I Jornadas Latinoamericanas de Estudios Epistemológicos en Política Educativa, 2012, Buenos Aires. Anais… Buenos Aires: Universidad Nacional de Tres de Febrero. pp. 1-19.

Stremel, S. (2016). A constituição do campo acadêmico da política educacional no Brasil. 2016. 315 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa.

Stremel, S. e Mainardes, J. (2013). A constituição do campo da política educacional no Brasil: notas sobre a periodização. In: VII Simpósio Internacional O Estado e as Políticas Educacionais no Tempo Presente, 2013, Uberlândia. Anais... Uberlândia: UFU, p. 1-15.

Stremel, S. e Mainardes, J. (2015). “A disciplina Política Educacional em cursos de Pedagogia no Brasil: primeiras aproximações”. Jornal de Políticas Educacionais, Curitiba, v. 9, n. 17 e 18, pp. 137-155.

Suasnábar, C. e Palamidessi, M. (2007). “Notas para una historia del campo de producción de conocimientos sobre educación en la Argentina”. In: Palamidessi, M., Suasnábar, C. e Galarza, D. (Comps.). Educación, conocimiento y política: Argentina, 1983-2003. Buenos Aires: Manantial. pp. 39-63.

Tello, C. (2012). “Las epistemologías de la política educativa: vigilancia y posicionamiento epistemológico del investigador en política educativa”. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 7 n. 1, pp. 53-68.

Tello, C. e Mainardes, J. (2012). “La posición epistemológica de los investigadores en Política Educativa: debates teóricos en torno a las perspectivas neo-marxista, pluralista y posestructuralista”. Archivos Analíticos de Políticas Educativas, v. 20, n. 9, pp. 1-37.

Tello, C. e Mainardes, J. (2015). “Revistando o enfoque das epistemologias da política educacional”. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 10, n. 1, pp. 153-178.

Thomson, P. (2005). “Bringing Bourdieu to policy sociology: codification, misrecognition and exchange value in the UK context”. Journal of Education Policy, v. 20, n. 6, pp. 741-758.

Van Zanten, A. (2005). “Bourdieu as education policy analyst and expert: a rich but ambiguous legacy”. Journal of Education Policy, v. 20, n. 6, pp. 671-686.

Vidal, D. G. e Camargo, M. J. G. (1992). “A imprensa periódica especializada e a pesquisa histórica: estudos sobre o Boletim de Educação Pública e a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 73, n. 175, pp. 407-430.

Weber, S. (2012). “A Rbep e as políticas educacionais”. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 93, n. 234 (número especial), pp. 323-352.

Wittmann, L. C. e Gracindo, R. V. (Coords.). (2001). O estado da arte em política e gestão da educação no Brasil: 1991 a 1997. Brasília: ANPAE; Campinas, SP: Autores Associados.

Downloads

Publicado

2017-08-14

Como Citar

STREMEL, S. Aspectos teórico-metodológicos para a análise da constituição do campo acadêmico da política educacional no Brasil. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos en Política Educativa, [S. l.], v. 2, p. 1–14, 2017. DOI: 10.5212/retepe.v.2.001. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/retepe/article/view/10478. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artículos