Prescrições historiográficas e a poética romântica: reflexões sobre a obra de Gonçalves Dias

Autores

  • Mateus Robaski Timm Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
  • Antonio Carlos Hohlfeldt Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Gonçalves Dias, Historiografia da literatura brasileira, Romantismo, Neoclassicismo, Indianismo.

Resumo

Este artigo pretende, num primeiro momento, cotejar as opiniões dos primeiros historiadores da literatura que se debruçaram sobre a produção literária brasileira. Tais historiadores recomendavam, sobretudo, o abandono das convenções estéticas em vigor na Europa, para que fossem adotados temas verdadeiramente brasileiros, como os relativos às etnias autóctones e à natureza americana. Num segundo momento, este artigo buscará mostrar como Gonçalves Dias seguiu apenas em parte as prescrições dos primeiros historiadores da literatura brasileira. O poeta maranhense introduziu temas nacionais, no entanto, não abandonou plenamente o uso de convenções clássicas de origem europeia. Por fim, este artigo, refletirá sobre a produção indianista de Gonçalves Dias, como este viés composicional buscou sublimar as etnias autóctones, ao mesmo tempo em que procurava estabelecer um passado para a nação que acabara de se emancipar. Assim, este trabalho pretende mostrar como Gonçalves Dias foi um grande poeta capaz de aliar tradição e inovação numa obra relativamente extensa. As interpretações de Antonio Candido e de Nelson Werneck Sodré deixam isto claro: Gonçalves Dias foi um poeta romântico que soube aproveitar o que ainda possuía vigor na estética neoclássica.

Biografia do Autor

Mateus Robaski Timm, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Graduado em Letras, na UFRGS, com ênfase em Língua Francesa e Literaturas de Língua Francesa & Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa. Graduado na Université de Paris-Sorbonne Paris IV em Langues, Littératures et Civilisations étrangères et régionales, no percurso Portugais. Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS, na área de Teoria da Literatura.

Antonio Carlos Hohlfeldt, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1973), Mestrado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1991) e Doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1998). Atualmente é professor titular 40 horas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Sul-Rio-grandense e Brasileira, além de experiência na área de Comunicação Social, especialmente em Teoria da Comunicação e História do Jornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: artes cênicas, criação dramática, teoria e história do jornalismo, comunicação social e teoria da comunicação. realizou estágio pos-doutoral em 2008, na Universidade Fernando Pessoa. Atua nos PPGs de Escrita Criativa (Faculdade de Letras, PUCRS) e de Comunicação Social (FAMECOS, PUCRS).

Downloads

Publicado

2019-03-15

Como Citar

TIMM, M. R.; HOHLFELDT, A. C. Prescrições historiográficas e a poética romântica: reflexões sobre a obra de Gonçalves Dias. Muitas Vozes, [S. l.], v. 7, n. 2, p. 604–616, 2019. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/view/12517. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê História da literatura no Brasil