A HISTÓRIA SERTANISTA DA CASA DE PEDRA DE AMARANTINA, NAS MINAS GERAIS: PATRIMÔNIO E IDENTIDADES LOCAIS

Autores

  • Pollianna Gerçossimo Vieira Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP
  • Francisco Eduardo de Andrade Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

DOI:

https://doi.org/10.5212/Rev.Conexao.v.13.i2.0003

Palavras-chave:

educação patrimonial, casa setecentista, Bandeirismo, patrimônio cultural.

Resumo

Integrando-se à extensão da Universidade Federal de Ouro Preto em 2014, o projeto de extensão Construindo a História Sertanista da Casa de Pedra de Amarantina, Ouro Preto nas Minas promoveu um trabalho coletivo de educação patrimonial, no distrito de Amarantina (Ouro Preto), e refletiu sobre uma política patrimonial articulada aos valores locais. Tratou-se de identificar e compreender um símbolo patrimonial da localidade, a Casa de Pedra ou Casa Setecentista, tombada pelo IPHAN em 1963, observando as expressões culturais, tempos de continuidade/descontinuidade do lugar, que, como camadas, pareciam sedimentar a Casa. Apresentamos um trabalho historiográfico crítico, ponto de partida para a revisão da gênese/quadro de tombamento da Casa de Pedra, e supomos que esse percurso seria fundamental à (re) incorporação social do bem tombado. No trabalho coletivo (oficinas), confrontamos as conceituações fundamentais das ações, abordando o contexto histórico da Casa. Assim, escavamos a sedimentação do bem tombado, patrimonializado em decorrência de uma história bandeirista, e apontamos o horizonte dos diversos usos locais (além daquele do Patrimônio Histórico).

Biografia do Autor

Pollianna Gerçossimo Vieira, Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Professora da Escola Estadual Francisco Escobar (EEFE), MG - Brasil. Mestrado em História.

Francisco Eduardo de Andrade, Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), MG - Brasil. Doutorado em História Econômica.

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Publicado

2017-05-02